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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Para sempre

No passado Dia de Finados, lembrei-me, em particular, da minha Mãe. 
E, como sempre acontece, a minha oração "para" ela foi a recitação, muximada, deste belo poema de Carlos Drummond de Andrade (1902-19879:


Para Sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
 
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

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PSM: http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Drummond_de_Andrade  

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